Publicada originalmente no Brasil em 1995, antes mesmo de uma edição francesa, esta reunião de ensaios do filósofo Jacques Rancière - Professor Emérito de Estética e Política na Universidade de Paris VIII - dá provas da força e originalidade de seu pensamento. Com base no conceito de "partilha do sensível", "Políticas da escrita" investiga em nove capítulos o que está no cerne da experiência de poetas, romancistas, filósofos e historiadores. Com olhar agudo e sensibilidade incomum, Rancière consegue revelar o teor estético e político das aventuras de autores como Rimbaud, Wordsworth ou Byron; desdobrar os sentidos da palavra com "gosto de desgraça e de fumaça" de Óssip Mandelstam; produzir iluminações geniais a partir do Quixote de Cervantes (sobre o qual escreve páginas primorosas no texto "Teologias do romance", além de analisar passagens cruciais de Michelet, Braudel ou Althusser. A presente edição, revista e acrescida de notas, permite ao leitor acompanhar, simultaneamente, o pensamento de Rancière e os debates em que tomava parte na década de 1990, quando o liberalismo ganhava terreno com as teorias do "fim da história", de Fukuyama, e na historiografia recrudesciam os argumentos revisionistas que procuram negar a força do "acontecimento".Antes de ser o exercicio de uma competencia, o ato de escrever e uma maneira de ocupar o sensivel e de dar sentido a essa ocupacao. Partindo dessa afirmacao, o filosofo Jacques Ranciere investiga em nove ensaios o que esta em jogo na escrita de poetas, romancistas, filosofos e historiadores. Com lucidez incomum, Politicas da escrita renova nossa percepcao de autores fundamentais como Rimbaud, Wordsworth, Byron, Mandelstam, Cervantes, Balzac, mas tambem de historiadores como Jules Michelet, Fernand Braudel e outros.