Entrevistas inéditas realizadas na Itália em 2006, com os grandes do cinema político italiano, que conheceu seu período áureo entre os anos 1960 e 1970, compõem o corpo principal do volume lançado durante a 30ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em co-edição do evento com a Cosac Naify. Trinta anos após a eclosão do gênero, as autoras Angela Prudenzi e Elisa Resegotti foram buscar os depoimentos surpreendentes - sobretudo pelas lições de ética e de estética que encerram - dos realizadores que, com o seu empenho social e político, denunciaram as mazelas da sociedade de seu país e procuraram ecoar pelo mundo os sonhos embutidos nos grandes movimentos políticos internacionais daquelas décadas. Com sábio olhar de distanciamento, esses criadores analisam os filmes daqueles anos e os confrontam com a atual sociedade globalizada. Entre os 15 entrevistados estão Marco Bellocchio, Vittorio de Seta, Vittorio Taviani, Bernardo Bertolucci, Damiano Damiani, Ettore Scola, Mario Monicelli, Dino Risi, Giuliano Montaldo e Francesco Rosi. Há, ainda, uma conversa com a brasileira Florinda Bolkan - protagonista do principal filme do gênero: Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita [de 1969, ganhador de Oscar e da Palma de Ouro de Cannes], de Elio Petri - e uma fortuna crítica com dezessete textos sobre o tema, publicados em jornais brasileitos entre 1969 e 1998, de autoria de críticos como Orlando L. Fassoni e Ely Azeredo, entre outros. O volume é fartamente ilustrado com fotogramas de mais de sessenta filmes.