A crise financeira, o resgate dos bancos e a recessão que se seguiu tiveram como consequência desacreditar os bancos e os mercados financeiros na opinião pública. Contudo, uma nova forma de finanças, em rutura com a lógica de acumulação financeira, emerge após uma dezena de anos. O posicionamento ético destas novas instituições financeiras decorre de uma tomada de consciência dos perigos de uma economia guiada pela busca de lucros no curto prazo. Ao escolher o bem-estar humano como critério de alocação da poupança, estas instituições permitem aos investidores e aos aforradores exprimir os seus valores éticos, concedendo oportunidades aos novos empresários da economia solidária e favorecem, por esta via, a realização do ecodesenvolvimento.Este livro oferece uma análise aprofundada dos princípios e das práticas destas instituições financeiras alternativas, ilustrada com numerosos estudos de caso apresentados numa perspetiva internacional e comparativa. Analisa igualmente a forma como o desenvolvimento das finanças solidárias desvenda os limites epistemológicos da teoria financeira. A emergência planetária das finanças solidárias deve pois servir de ponto de ancoragem para uma diversificação paradigmática e requer uma renovação dos conteúdos de ensino e de investigação em finanças, a fim de promover o pluralismo económico. A obra dirige-se aos estudantes de ciências económicas e de gestão, a partir do nível da licenciatura, das Associações, dos Institutos de Estudos Políticos, das classes preparatórias e das grandes escolas de gestão. Deveria também ser útil para os investigadores, os quadros dos meios bancários e os empresários da economia social e solidária.