Não é novidade o amadurecimento e a difícil passagem para a vida adulta ser tema de livros, filmes, músicas. Mas é raro o período ganhar uma versão literária com tanta sensibilidade. Jenny Han trabalhou como vendedora de livros infantis e, ainda, como bibliotecária em um colégio para jovens da elite do Upper West Side. Essas experiências serviram de base para entender melhor seus personagens e seu público. Sua sintonia com eles é impressionante. E transparece em O verão que mudou minha vida, primeiro livro de uma trilogia que conquistou público e crítica ao acompanhar o súbito despertar sexual e emocional de três amigos: Jeremiah, Conrad e Isabel. Aos 15 anos, Belly mede sua vida em verões. Tudo de bom, tudo de mágico acontece entre os meses de junho e agosto. O inverno é apenas um hiato, um intervalo longe dos sonhos de menina e os primeiros devaneios de mulher.É no verão que a família divide uma casa com a melhor amiga de sua mãe, Susannah e seus dois filhos: Jeremiah e Conrad. Para Belly, irmãos, paqueras e um infinito entre uma coisa e outra. Mas eles a enxergam apenas como uma espécie de irmã postiça, a caçula do amigo Steven. Até o verão em que tudo muda. Um terrível e maravilhoso verão que tudo transformou. Mas, curiosamente, deixou as coisas como sempre deveriam ter sido. Jeremiah passa a ver Belly com outros olhos. Mas é com o distante e sisudo Conrad que Isabel sonha, enquanto tem suas primeiras experiências no mundo do romance com Cam, também em férias no local. Jenny Han equilibra realisticamente a ingenuidade de Belly com a percepção que chega com a maturidade. O primeiro encontro, beijos roubados e a noção de férias como um momento diferente, separado do tempo e espaço fazem deste um romance sensível e único.