Pensar a pedagogia na pós-modernidade significa examinar um conjunto de dimensões de ordem afetiva, cognitiva, social e ética que, formando um sistema, constituem o fundamento do ato educativo. Os atos de mudança, as práticas educativas, precisam levar em conta essa totalidade. Nestes tempos difíceis da pós-modernidade, um debate aprofundado sobre o agir pedagógico faz-se urgente. Educar bem não é algo fácil e automático. Primeiramente porque o ato mesmo de educar e paradoxal: insere-se numa antinomia entre dois elementos opostos, o da humanização e o da socialização. Nessa perspectiva, deve-se educar o sujeito para afirmar profundamente sua própria liberdade ou, ao contrário, para que aja em conformidade com o grupo social a que pertence? Deve-se visar à emancipação do indivíduo ou sua integração social? Engendrar um homem livre (e individualista) ou um homem social? Atualmente, interrogamo-nos: entre os dois termos do paradoxo, há necessidade de escolha? Não é possível pensar num meio-termo a ser desenvolvido? O pensamento unívoco já não está na moda. A complexidade é o único modo de pensar capaz de responder às turbulências da sociedade contemporânea. Nesta obra, traduzida por Yvone Maria de Campos Teixeira da Silva, trataremos de pensar a complexidade no ato pedagógico.