Uma nova visão burguesa de mundo, contrafeita à visão aristocrático-feudal e religiosa, século após século, a partir dos séculos XI-XII, construiu uma nova relação entre os homens, uma nova relação entre eles e o ambiente concreto e material. Impulsionado pela deusa razão de Kant, o urbano venceu o rural. Mas a modernidade, construída a partir do Eu cartesiano, faz com que o espaço, urbano ou rural, baseie-se em uma novidade a propriedade, de certa maneira desconhecida nessa forma absoluta que adquire com a burguesia. De valor de uso, passa a ser valor de troca, no dizer de Marx. A cidade, como se procura mostrar nesta obra, é a origem da modernidade. E, no momento histórico em que vivemos, quando essa forma civilizacional entra em crise final de existência, a cidade construída a partir da Modernidade também entra em crise. [...]