Depois de ter poetizado os azuis e, com eles, em nossos opacos olhos urbanos, ter rasgado nesgas por onde se insinua lírica e mágica a luminosidade dos mares e dos céus, Sigrid presenteia-nos, agora, com os verdes das matas e dos jardins que irrompem em nossas pupilas amortecidas pelos cinzas da poluição e do concreto das cidades e, aí, se estabelecem esses verdes e entreverdes como closes fotográficos, irradiantes de luz, feitos de palavras, porém. Verdadeiros poemas imagéticos! Ao colocar o leitor dentro da natureza, o eu lírico convida-o a partilhar da experiência da contemplação, do êxtase. Com essa estratégia de conduzir o leitor de retorno ao seu habitat natural, a poesia de Sigrid Renaux ganha poderes curativos, sobretudo, contra o estresse do organismo humano.