Retratando a vivência do célebre pintor espanhol enquanto estrangeiro sob vigilância constante da polícia francesa durante toda sua vida, Picasso, o estrangeiro, da historiadora Annie-Cohen Solal, apresenta uma nova e ousada visão da carreira do artista e da sua relação com o país que chamava de lar.\n \nAntes de Picasso tornar-se Picasso – um artista icônico, hoje celebrado como uma das figuras mais emblemáticas da França –, ele era alvo de desconfiança da polícia francesa. Em meio às tensões políticas de 1901, foi tachado de anarquista pelas forças de segurança – a primeira de muitas anotações em uma extensa folha corrida. Apesar de ter despontado como líder da vanguarda cubista e enriquecido à medida que sua reputação se consolidava ao redor do mundo, as obras de Picasso foram, em sua maioria, excluídas das coleções públicas francesas pelas quatro décadas seguintes.