O nome Roquette-Pinto sempre esteve associado à divulgação das ciências, primeiro através do rádio e a democratização do saber, iniciada em 1922 e, depois, com a aventura do Cinema Educativo nos anos 1930. No entanto, seu interesse pelas ciências, como base de reformas sociais, partiu dos estudos das raças e dos tipos antropológicos brasileiros. Este livro recupera, com grande mérito, a sua extraordinária trajetória nas variadas instâncias do conhecimento que o levaram a experimentar a diversidade cultural como cientista e humanista no contato com índios, minerais, plantas, bichos, gravuras, sambaquis, filmes e rendas paraguaias, o que além de enriquecerem sua imaginação ainda criavam um fundo poético para sua obra. De jovem médico e legista, fisiologista e mineralogista, naturalista e antropólogo desenhou-se um perfil mais tarde identificado por José Guilherme Merquior como o "maior demolidor do mito racista no Brasil".