Raros são os psicolinguistas experimentais que conseguiram construir uma obra inovadora, apoiada em teorias fonéticas e fonólogicas avançadas e em bases filosóficas. Eleonora Albano discuti aqui tal percurso, ancorada em resultados de pesquisas suas e das dezenas de mestres e doutores que orientou. Essas reflexões indicam caminhos novos: assimilando a ideia de que os usos da linguagem não podem se privados, apresentam o estilo como um processo de manipulação simbólica, precedendo o uso de palavras: situa-se ele ao nível dos elementos fornecidos pela fala, como ritmo, intensidade, entonação, timbre, pausas, acentuações, etc. Seria possível, então, complementar a afirmação de Wittgenstein: o significado deve ser procurado não apenas no uso das palavras, mas também no uso dos elementos da fala.Este livro trata da produção da fala, no que diz respeito à articulação dos sons, não como algo completamente automático, mas também como resultado de um amplo processo de internalização de aspectos sociais. Para tanto, vale-se de modelos da sensório-motricidade e inspira-se em ideias de Stetson, Vygotsky e Wittgenstein para integrar aportes da filosofia da mente, da ciência cognitiva e da neurociência atuais. Ele é direcionado a linguistas, psicólogos, fonoaudiólogos, professores de línguas, cientistas cognitivos, neurocientistas e engenheiros da fala e linguagem.