Eco em Horizonte é um ciclo de 7 composições para diversas combinações instrumentais dentro do efetivo total formado por oboé, clarinete, violino, viola, contrabaixo, piano, vibrafone e percussão, e foi composto durante meu mestrado em Composição Musical na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Eco em Horizonte marca um momento de consolidação do trabalho focado em diferentes formações camerísticas que eu vinha desenvolvendo desde minha graduação. Este livro apresenta os aspectos técnicos e estéticos mais significativos desse trabalho, suas motivações e questionamentos. Eco diz respeito aos vestígios internos e externos que perpassam todo o ciclo. Chamo-os internos quando ecos de materiais do próprio ciclo e externos quando ecos de práticas, estilos e repertórios diversos, integrados aqui como ideias e procedimentos apreendidos do repertório que mais me havia impactado nos últimos anos - as polimetrias do King Crimson e da música africana em geral; as noções de talas rítmicas da música indiana e de claves rítmicas da música caribenha; a abordagem processual da música de Steve Reich; a abordagem poliestilística da música de György Ligeti e de Alfred Schnittke. Horizonte diz respeito à busca pela continuidade, pela horizontalidade temporal, e baseia-se na utilização de processos musicais como uma ferramenta de gerenciamento da passagem do tempo; feixes entrelaçando os desdobramentos da peça no tempo-espaço musical em busca de fluência e fluidez. É nesse horizonte que se distribuem e inter-relacionam os ecos que estruturam a forma musical das sete composições de Eco em Horizonte.