Seguindo através de uma estrada de chão em descida, chega-se ao mato da sanga, onde pescávamos à noite e encontrávamos pedaços de cerâmica indígena durante o dia. Lá meu tio, em um surto de eremita, construiu uma cabana de madeira. Era sua moradia de fim de semana, mas, como ele frequentava uma igreja pentecostal, acreditávamos que ele preparara o lugar para refugiar-se do fim do mundo com a família. Havia também o curral, o chiqueiro, o galinheiro, o galpão das lenhas, o galpão dos cavalos, onde meu pai me ensinou a encilhar o Pinhão. Havia muita coisa que não há mais e quem sabe um dia tudo se acabe. Talvez o mundo também se acabe por inteiro, como previa meu tio.