É uma esplêndida e inusitada coincidência que a elaboração e eventual lançamento deste volume 6 do livro sobre Direitos Humanos, Cidadania e Violência no Brasil ocorra no momento em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) completa 70 anos (1948-2018). Mesmo não sendo uma dedicação exclusiva a essa data vênia, o livro registra as experiências e desafios do mais alto ditame internacional para preservar e elevar a essência da dignidade humana. São abordados conceitos e tentames nacionais e internacionais sobre direitos humanos, mas sem perder de vista as questões correlatas. Temas variados, mas pertinentes, como cidadania, migração, racismo, terrorismo, violência, meio ambiente, constitucionalismo, direitos da minoria etc., figuram neste volume do livro, sempre focado no Brasil, e expõem os desafios à aplicação mais eficaz dos direitos humanos. Especialmente nos países pós-coloniais e em desenvolvimento, como o Brasil, a construção dos Estados-nações, baseada no respeito maior aos direitos humanos, tem sido mais espinhosa. Dada a soberania nacional, o dilema em institucionalizar em nível internacional e implementar em nível nacional uma proteção efetiva aos direitos humanos é contínuo. A prevalência, por exemplo, de convenções internacionais ligadas aos Direitos Humanos, acaba em grande parte esbarrando na defesa da soberania dos Estados-nações. Muitas vezes, os problemas de violação dos direitos humanos, mais notoriamente pelos agentes públicos, podem parecer intratáveis. Porém, ao considerar que, desde as duas guerras mundiais, o mundo contabilize hoje a maior distância de tempo sem nenhuma guerra global, e que a ameaça eminente da guerra fria está mais distante que antes, não há como não acreditar nos pactos internacionais e cartas nacionais sobre direitos humanos para promover a paz com harmonia maior. Sobretudo, a aceitação crescente da democracia, um dos temas atuais abordados neste volume, pode representar um dos mecanismos para a sua realização.