"Quem são os indivíduos objetivamente criminosos? Quais seus fantasmas e suas motivações interiores? Têm cura? Como intervir sobre eles no sentido de transformá-los e reeducá-los? Pode haver, para tanto, uma tecnologia possível? Essas são as perguntas que, mais do que nunca, balizam as diversas técnicas para a obtenção da verdade sobre as ações humanas que transgridem as normas sociais. Somos culturalmente permeados pela obsessiva vontade de saber sobre os rincões mais recônditos dos nossos mundos interiores. O que o dispositivo psicanalítico tem a dizer nesse contexto? Qual sua ética? Se, por um lado, a única instituição eminentemente psicanalítica é a clínica no interior da qual a regra fundamental é a concessão de liberdade à fala do outro sobre si mesmo a partir de suas livres associações , por outro lado, os psicanalistas são diariamente convidados a ingressar, como tantos outros profissionais psi, nos diversos sistemas institucionais de gestão e controle sociais (como o (...)