Verso para outro sentido, do poeta Felipe Stefani, publicado pela Escrituras Editora, revela-se, a um só tempo, simples e instigante na medida em que nos leva a indagar: "Que outro sentido? Como seria este outro sentido?" No prefácio, André Setti propõe uma resposta: "um possível 'outro sentido' ou 'outros sentidos' destes versos talvez esteja ligado ao seu caráter simbólico, ao efeito sonoro de cada palavra por si mesma e em seu contexto, às belezas expressas ou ocultas, apenas sugeridas, num diálogo aberto com a imaginação do leitor". O escritor Nelson de Oliveira destaca, no texto das orelhas do livro, que "a poética de Felipe é a da clarividência, das iluminações profanas. O delírio extático e as imagens sublimes muitas vezes fazem dos poetas, profetas... O verso para outro sentido -- para outros sentidos --, presente neste livro, é a manifestação do sagrado profano, poético. Leia-o em voz alta, a plenos pulmões, como Maiakovski gostava e recomendava. Esse superverso desmembrado em centenas de versos menores em faz continuar acreditando que o poeta de hoje é o xamã da era industrial: o único indivíduo capaz de revelar aos poucos iniciados o sagrado da poesia e a poesia do sagrado".