Segundo uma compreensão pedagógica e sua visão de mundo atrelada, modalidades de práticas corporais livres e autênticas, ainda capazes de preservar a expressão do corpo sensível, não seriam bem-vindas na cultura institucional de um segmento da Educação Física e sua perspectiva técnica-política na educação do corpo. Consequentemente são diversas as problemáticas que se acumulam a partir de um modelo científico que excluiu o corpo sensível no âmbito da Educação Física, especialmente em suas práticas no contexto da aprendizagem formal. A padronização desse corpo esquadrinhado por uma tradição conservadora insiste na condição dominante que é subjacente às suas escolhas técnicas e manutenção dos privilégios correspondentes (interesses machistas, patriarcais, autoritários, redutores da potência como força física, onde diversidade de perfis e interesses parece obstar um projeto abonado de homem). Os autores reunidos nesta coletânea intencionam contribuir para um mundo com experiências mais livres, mundo como espaço de criação vital, onde os sentidos para compor e decodificar a palavra-mundo estejam porosos às sensibilidades plurais dos tempos, das culturas e dos modos singulares; e, não menos importantes, resguardar o espaço do inesperado para que as travessias estéticas que o corpo realiza não cedam ao domínio capturado de um logos sobre a dimensão visceral da vida.