Úrsula, pode ser considerado o primeiro romance de autoria negra e feminina do Brasil, além de ser o primeiro de cunho antiescravista, foi publicado em 1859 na cidade de São Luís. É, também, o romance inaugural da chamada literatura afro-brasileira - entendida, aqui, como a produção literária afrodescendente que tematiza a negritude a partir de uma perspectiva própria. Organizado em vinte capítulos, pode ser dividido em quatro momentos distintos. Mas é na quarta parte, que se nota a riqueza do romance de cunho antiescravista, através de uma solidariedade particular de Maria Firmina dos Reis para com os oprimidos, em especial as mulheres e os africanos e afrodescendentes escravizados.