Mamãe-canguru procura desesperadamente algo em sua bolsa. "Onde será que ele está?", ela se pergunta a todo instante. Mexe de um lado, remexe do outro, e nada de encontrá-lo... Da bolsa saem muitas coisas: um batom, uma carteira, um pacote de fraldas, um colar de esmeraldas, uma bolinha de futebol, um pacote de biscoitos... exceto o que ela tanto procura. Até que, de repente, lá está ele, bem no fundo da bolsa, dormindo sossegado, como um anjinho... E, toda sorridente, a Mãe-canguru puxa seu filhote pelo cangote. Palavra do autor: "Para que não se tornasse algo trágico, pois a mãe-canguru perde, momentaneamente, o seu filhote, procurei tratar do assunto com humor. Não é raro uma criança se desgrudar da sua mãe em um lugar superpovoado, como uma praia, um shopping, um calçadão... E assim é a bolsa da mãe-canguru, um lugar `superpovoado´. Aliás, assim é a bolsa da minha mãe, da minha mulher, das minhas filhas, das minhas irmãs, das minhas primas, das minhas alunas... Toda mãe é um pouco superprotetora. Algumas delas acabam `perdendo´ os seus filhotes debaixo do próprio nariz... Minha mãe mesmo ficou desesperada me procurando na praia por mais de meia hora, enquanto eu, sentado com um balde, brincava tranquilamente na areia... e perto dela, tal como a mãe-canguru de nossa história. Toda mãe é um pouco mãe-canguru... Hoje até existe o método mãe-canguru, a criança nasce e já cola ao corpo da mãe como se estivesse numa bolsa... E a gente nem lembra que é um bicho tão distante de nós, não é mesmo?", brinca Alexandre.