Ao morrer, em 1968, John Steinbeck era citado, ao lado de nomes como os de F. Scott Fitzgerald e Gertrude Stein, como um dos mais populares autores americanos, embora sua reputação entre os críticos não estivesse garantida. O Prêmio Nobel de Literatura, concedido em 1964, nada fez para apaziguar seus detratores, mas o escritor jamais perdeu a legião de admiradores que ainda hoje fazem de seus livros sucesso em todo o mundo. Publicada com exclusividade no Brasil pela Record, a obra de Steinbeck entra agora em processo de reedição, ganhando nova resolução gráfica, dentro do projeto de fixação de imagem desenvolvido pela editora para o autor. AS VINHAS DA IRA é o primeiro livro de John Steinbeck a ser relançado pela Record com novo projeto gráfico e texto revisto. O clássico conta a história da família Joad, que abandona as terras onde vivia há gerações, no estado de Oklahoma, por causa de uma grande seca. O grupo vagueia pelas estradas num velho caminhão, em busca de emprego, comida e do sonho dourado da Califórnia, mas só encontra tragédias. Ao mesmo tempo que denuncia os dramas e flagelos de um país debilitado pela Grande Depressão dos anos 30, Steinbeck mostra a felicidade do homem em contato com a natureza, descrita com grande plasticidade. Usando fatos reais, Steinbeck criou uma epopéia moderna com as provações, lutas e desastres que a família Joad confronta. Steinbeck também defende neste livro o conceito de que o indivíduo isolado nada vale, e a sobrevivência só é possível quando existe solidariedade e humanidade entre os semelhantes. Escrito em 1939, AS VINHAS DA IRA foi adaptado para o cinema em 1940 por John Ford, com Henry Fonda no papel de Tom Joad. Nascido em 1902, John Steinbeck teve uma trajetória que reflete os altos e baixos deste século. Durante mais de uma década, lutou para se estabelecer como escritor. Com sua visão poderosa das conseqüências da Depressão, ele acabou desfrutando de um período de extraordinária criatividade em livros como Vidas amargas, Luta incerta e Boêmios errantes, que suscitaram indignação nacional e deram a Steinbeck sucesso mundial. O reconhecimento da crítica veio em 1964, quando ele recebeu o prêmio Nobel de Literatura, quatro anos antes de morrer.