Uma das diferenças fundamentais da teoria keynesiana em relação a teoria convencional é a importância fundamental que moeda e instituições financeiras têm no funcionamento e dinâmica de uma economia capitalista. Em particular sistemas financeiros têm um papel crucial no crescimento econômico, independentemente da existência de problemas relacionados à fricções no funcionamento dos mercados financeiros e de crédito. Na visão pós-keynesiana, o sistema financeiro tem um papel ambíguo na economia, pois ao mesmo tempo em que ele pode estimular o crescimento econômico como provedor de liquidez e pela sua capacidade de criar instrumentos financeiros apropriados para consolidação das dívidas das firmas inversoras, a ação de especuladores nos mercados financeiros tem um papel instabilizador. Bancos são vistos como agentes ativos que possuem expectativas e motivações próprias, cujo comportamento tem impacto decisivo sobre as condições de financiamento da economia, ao mesmo tempo em que tem um papel importante na explicação do comportamento cíclico na economia. O objetivo deste livro é analisar a relação entre sistema financeiro, bancos e financiamento da economia, enfocando em particular os determinantes do comportamento dos bancos em uma economia monetária e sua relação com o ciclo econômico; e a relação entre financiamento da economia, funcionalidade do sistema financeiro e estruturas financeiras, incluindo financiamento de investimento fixo e de pesquisa e desenvolvimento (P&D).