Cenas do cotidiano das pessoas são apresentadas com linguagem literária pelo escritor, como a entrada do pequeno Daniel, no viveiro de pássaros da casa de Arlindo: "Daniel, irrequieto menino, vivia se acidentando. Uma pequena cicatriz no supercílio direito, resultado de suas peraltices, produzira um pequeno gilvaz que lhe adornava ainda mais a feição infantil. Seus olhos brilhavam de alegria quando era autorizado por Arlindo a entrar no grande viveiro. Ele tinha especial carinho por um casal de azulão-da-amazônia. Os dois passarinhos construíram um ninho em formato de xícara, com gravetos colhidos dentro do viveiro, sobre um arbusto rasteiro." Personagem central do romance, como o padre Eloi Schimdt, vive o drama da paixão perdida, quando ainda era seminarista: "Os dias que se seguiram ao enterro da garota, para Elói, foram os piores de sua vida. Não sentia prazer em nada que fazia. Não conseguia concentrar-se nas lições dos professores. Chorava sozinho. Mais uma vez, encontrou no Padre Bernardo um porto seguro, onde pode ancorar sua nau de tristezas, confessou-lhe as fraquezas e sua hipocrisia, seu pecado carnal perante a igreja e mais uma vez achava que não reunia os atributos necessários e indispensáveis para a elevada e difícil carreira no clero católico." O autor também descreve, com sutil e refinado estilo de escritor de grande sensibilidade literária, o ritmo do carimbó, como manifestação folclórica do Pará: "O espetáculo das apresentações do concurso começou com a forma mais legítima de manifestação da cultura paraense: o carimbó. Além dos grupos de carimbo de Belém, o terreiro de Jurema e Dedé contou com a participação do carimbó pastoril, da cidade de Soure, município-sede do arquipélago do Marajó e grupos vindos em caravanas de Marapanim e de outros municípios da região praieira, onde a dança é cultuada como herança dos índios tupinambás e dos escravos de origem africana".