Uma visita a dez desfiles inesquicíveis que, mesmo não ganhando, fizeram história Na construção da memória dos desfiles, há certa tendência triunfalista a louvar o campeão e colocar os vencidos para escanteio. Mas quando uma escola de samba cruza a avenida promovendo verdadeiras epifanias, essa tendência acaba sendo subvertida e desfiles que não obtiveram a primeira colocação ficam marcados na história da festa e na recordação popular. Nesta obra de escrita certeira, faro jornalístico e responsabilidade com a memória do carnaval, Marcelo de Mello faz um trabalho de revisão e reflexão, revisitando desfiles inesquecíveis ocorridos entre 1977 e 2004, com enredos como Domingo (União da Ilha, 1977), Como era verde o meu Xingu (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1983), Ratos e urubus... larguem minha fantasia (Beija-Flor, 1989), O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível (Unidos da Tijuca, 2004) e muitos outros que, embora tenham perdido, até hoje são mais lembrados que os campeões de seus respectivos anos.O Cristo mendigo da Beija-Flor em 1989, os versos "Abram alas/deixa a Portela passar" em 1995 e o carro do DNA da Unidos da Tijuca em 2004 são alguns dos momentos que marcaram o Carnaval carioca e ficaram na memória afetiva dos foliões que assistiram os desfiles na Sapucaí ou pela TV. Os três têm em comum, porém, o fato de não terem sagrado suas escolas campeãs, depois da apuração das notas dos jurados escolhidos pela Liga das Escolas de Samba do Rio, a Liesa. A história desses carnavais e de sete outros em que o resultado da Quarta-Feira de Cinzas foi de alguma forma contestado pelo público, pela imprensa e pelas próprias escolas está contada no novo livro do jornalista Marcelo de Mello.O Cristo mendigo da Beija-Flor em 1989, os versos "Abram alas/deixa a Portela passar" em 1995 e o carro do DNA da Unidos da Tijuca em 2004 são alguns dos momentos que marcaram o Carnaval carioca e ficaram na memória afetiva dos foliões que assistiram os desfiles na Sapucaí ou pela TV. Os três têm em comum, porém, o fato de não terem sagrado suas escolas campeãs, depois da apuração das notas dos jurados escolhidos pela Liga das Escolas de Samba do Rio, a Liesa. A história desses carnavais e de sete outros em que o resultado da Quarta-Feira de Cinzas foi de alguma forma contestado pelo público, pela imprensa e pelas próprias escolas está contada no novo livro do jornalista Marcelo de Mello.