Este livro aborda o sujeito que se depara com o não sabido, em um ato de ausência de registro psíquico, não marcado pela lembrança. A autobiografia é apresentada como um meio de construir um saber, pelo colocar algo de si, frente a um momento trágico, que gerou um vazio. A proposta tem como base os pressupostos da Psicanálise, de Freud e Lacan. A autobiografia tratou-se do filósofo louis Althusser, que, em uma passagem ao ato, ceifou a vida de sua esposa, e essa ação foi marcada pela ausência de sujeito, não havendo registro do assassinato em seu psiquismo. Pela falta de lembrança do ato e por não ter passado pelos meandros da justiça, houve um assassinato simbólico, pela impronúncia. A autobiografia consistiu em um meio de dar vazão ao limite imposto pelo não pensado e não subjetivado, sendo uma resposta para si e para a sociedade. O texto propõe o desafio de todo humano, no que diz respeito a se deparar com o inesperado, a transcender-se, pelo criativo, minimizar os efeitos do real e proporcionar um novo e bom encontro.