Este livro não é uma história convencional da política brasileira e também não se limita à "história das mentalidades". Para definir sua forma, seria necessário colocá-lo no rol das "descidas ao inferno" ao modo de Jean Starobinski. Trata-se de identificar as máscaras totalitárias, repelir o seu falso sorriso, dirigindo os olhos para o outro lado da retórica que hipnotiza os intelectuais, as massas, os líderes. Se uma fantasmagoria tão sinistra, como o pensamento totalitário, não conseguiu destruir a arte política, se depois da tormenta veio um interregno democrático no mundo, ainda resta esperança para nós e para nossos filhos. Neste livro lateja semelhante certeza, o que lhe confere a dignidade e a eminência de um essencial trabalho de espírito.