Acordei em uma quinta-feira de outono e resolvi comprar algumas frutas na feira livre de minha rua. Parando, enfim, em frente e uma oferta de maças, procurei os olhos do feirante e pedi uma dúzia. De quê? - respondeu. Sem compreender o cabimento da questão, pensei comigo mesmo que só avistara maças na bancada. Poderia eu estar pedindo uma dúzia de socos? Ou de poemas? Senti-me, de fato, personagem do quadro de humor consagrado pelo jargão: pergunta idiota, tolerância zero. Contudo, demonstrando a educação recomendada no trato social e uma simpatia que nunca possuí, respondi-lhe com um sorriso doce. Comprei ainda algumas frutas e voltei para casa com a mente inundada por aquela palavra. Dúzia.