Você acreditaria em alguém que afirma ter viajado no tempo? Se agora as chances são pequenas, imagine para os leitores de 1895, quando H.G. Wells lançou A máquina do tempo, sua estreia no gênero que o consagraria pai da ficção científica. O primeiro romance a abordar o assunto da viagem pela quarta dimensão acompanha as aventuras do Viajante do Tempo para o futuro, mais precisamente oitocentos mil anos adiante. Wells envia seu bravo explorador para uma era na qual a humanidade se resume a duas raças: os pacíficos e etéreos Elóis, e os predadores e subterrâneos Morlocks. O Viajante, que não carrega mais do que uma caixa de fósforos consigo, terá que aprender a se movimentar entre esses dois mundos e decifrar um segredo macabro, correndo o risco de nunca mais conseguir voltar à Londres de sua época. Inúmeras leituras são possíveis, inclusive interpretações marxistas e darwinistas; o fato é que A máquina do tempo é não só um grande clássico de ficção científica, mas uma aventura impossível de largar.