Considerada umas das primeiras autoras de língua inglesa, Juliana de Norwich recebeu dezesseis revelações, que mais tarde seriam registradas por um copista e são as passagens que compõem Revelações do amor divino. Na segunda maior cidade da Inglaterra do século XIV, o movimentado porto de mar de Norwich, a mulher que conhecemos hoje como Juliana de Norwich decidiu fechar, numa igreja da cidade, uma cela da qual nunca mais sairia, para se dedicar exclusivamente a Deus como anacoreta. Desse lugar de fala radical que o cristianismo tornara possível pela primeira vez no Ocidente para uma mulher, essa mística se tornou a primeira voz feminina da literatura inglesa. Ao longo de vinte anos meditou sobre a experiência que tivera: durante uma doença da qual todos acharam que morreria, viu e sofreu a paixão de Cristo na cruz.