No recente balanço que fez da sociedade brasileira nos últimos 100 anos, o IBGE revelou uma brutal concentração de renda que permite concluir que vivemos "um século de desigualdades". Neste livro, o autor pretende demonstrar que, para os afro-brasileiros, as desigualdades ocorrem há mais de um século e têm se caracterizado pela quase ausência de oportunidades de ascensão para os negros. Assim como uma redistribuição de renda depende da adoção de uma política redistributiva pelo Estado, qualquer possibilidade de compensação pela posição subalterna a que foram alocados historicamente os afro-brasileiros, acredita Siss, também depende de políticas públicas de ação afirmativa, como a adoção de um sistema de cotas de vagas para afro-descendentes em instituições de ensino do país. Da primeira Constituição do Império aos dias de hoje, Siss apresenta uma evolução das políticas públicas de educação no país e analisa a luta do Movimento Negro nacional que, historicamente, tem visto na educação um caminho para a cidadania plena dos afro-descendentes. Em seguida explica o que é ação afirmativa e defende a adoção pelo Estado de cotas nas escolas públicas superiores para negros, como medida compensatória e transitória.