Numa insólita enchente o encantamento acontece: sapatos que falam estendem as mãos (ou seriam os pés?) para um menino flagelado. Então, solidão e solidariedade, desespero e esperança, Sul e Norte, esquerdo e direito, individual e coletivo, real e imagiário, como se fossem antigos amigos, promovem a comunhão dos opostos e o clarão de um olhar renovado. E para completar, ternura e poesia também enlaçam as mãos e movimentam sentidos e sentimentos, numa cantiga final.O texto envolvente de Gloria Kirinus é uma narrativa poética e reflexiva. A chuva vem e leva tudo, trazendo dor e tristeza, mas também traz solidariedade: pessoas que enviam ajuda e até... um sapato falador, que nos pés de um menino flagelado pela águas mostrará esperança e muita união. Num ambiente marcado pela miséria e pés descalços, seria direito possuir sapato (e ainda mais falador)? Com ilustrações belíssimas e impressionantes, o livro vai dar o que falar.