O que vemos na narrativa de Eunice Sueli Nodari é certamente um fenômeno de mistura cultural, presente no oeste de catarinense. Lá, a contingência histórica constituiu uma cultura híbrida. Elementos culturais de origem alemã, italiana, portuguesa e indígena realizaram uma mistura criativa; e não foi apenas pela miscigenação das famílias, através de casamentos interétnicos - estes também ocorreram -, mas também por aquilo que Eunice chama de "renegociação cultural". A autora localiza esta "renegociação" no período da nacionalização - a partir dos anos de 1930 - e especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando, após a entrada do Brasil na guerra, ao lado dos aliados, intensificou-se a perseguição a todos que não falavam a língua nacional e que podiam ser identificados com a cultura teuta ou ítala.