O Ensino da língua de sinais para crianças ouvintes como segunda língua e fator possível de inclusão social A ideia central deste projeto é a de fazer a inclusão ao contrário, começando com as crianças ouvintes aprendendo a ver o seu par diferente como outro igual, na certeza de que, quanto antes tenham contato com ele, menos teremos que falar de inclusão no futuro. A língua de sinais (Libras) não é, em geral, uma opção como segunda língua para crianças ouvintes, como o inglês, o espanhol e/ou outras. As pesquisas internacionais trazem resultados bastante positivos para aquelas crianças ouvintes sem ou com alguma patologia que aprendem a língua de sinais como segunda língua. Quanto antes se inicie esse aprendizado, melhores serão os benefícios, tal como ajuda no desenvolvimento cognitivo, melhora da atenção e concentração, facilita a alfabetização, favorece o desenvolvimento dos dois lados do cérebro, uma vez que recebem a imagem por um lado e a processam pelo outro. Ajuda a comunicação de crianças na fase pré-verbal com pais e professores. É também usada com crianças hospitalizadas por traqueostomia, crianças autistas, com Síndrome de Down ou com outras condições, tais como agressão, depressão, acessos de raiva atribuídos à inabilidade de comunicação com o outro. Muitos autores também usam a língua de sinais para reforçar a leitura de crianças ouvintes. Este manual é fruto de um trabalho de ensino de língua de sinais desenvolvido com crianças ouvintes de 5 a 7 anos, numa escola de educação infantil durante um ano, com participação de professora surda oralizada. Além da importância desse ensino, evidenciou-se a relevância da inclusão e sensibilização para outras deficiências. Descreve-se o passo a passo, com ilustrações de todas as aulas e atividades, recursos pedagógicos utilizados, bem como as avaliações a que os alunos foram submetidos. Esperamos que professores motivem seus alunos e crianças para aprenderem essa fascinante língua [...]