A prática de fotografar recém-nascidos assume, nesta virada de século, uma nova roupagem e, alinhando-se às tendências contemporâneas, ganha visibilidade e se prolifera pelo globo. Cria-se uma nova versão do álbum de família, o Newborn, um conceito que designa o recém-nascido, preferencialmente antes dos 15 dias de vida, quando é fotografado usualmente dormindo. Essas fotografias tornaram-se objeto de desejo para muitas pessoas, que o consideram um produto obrigatório para contar suas histórias. Dessa forma, vem sendo construída, nos últimos anos, a chamada cultura newborn, a qual não produz apenas artefatos fotográficos, mas também representações de fotógrafo, de mãe, de bebê, entre várias outras. As análises realizadas nessa pesquisa partem do pressuposto de que a cultura newborn está alinhada com a cultura do consumo e da performatividade, compreendidos como sintomas da pós-modernidade. Tais sintomas se manifestam em um panorama cultural marcado por valores como o culto à visibilidade, o culto à felicidade, a efemeridade, o presenteísmo, a espetacularização, a comodificação dos sujeitos, entre outros.