Esse livro dá continuidade a coleção à deriva... dirgida por Samuel Leon, que tratará de textos do genero erótico. Homem extremamente erudito, amante e tradutor do grego e de poesia antiga, amigo de Claude Debussy, André Gide e Oscar Wilde, que lhe dedicou Salomé, o poeta e romancista belga Pierre Louÿs (1870 -1925), ainda que possa ser associado à escola parnasiana, ficou de fato conhecido por ter deixado uma vasta obra de cunho erótico, em grande parte descoberta após a sua morte. Louÿs falava com conhecimento de causa sobre erotismo; além dos clássicos, era leitor insaciável de livros libertinos e um apaixonado por fotografias obscenas. Na sua obra erótica, a mulher é tema central, é a musa sedutora, intrigante e inteligente. Nela, se por um lado, a mulher é o instrumento do diabo e é quem introduz o pecado ao mundo, como afirmava São Paulo, por outro lado, ela é independente e livre para sentir prazer. Sua obra erótica tinha por objetivo combater a hipocrisia sexual da sociedade e suas regras morais e ganhar leitoras, pois os homens já tinham esse tipo de literatura, dizia o escritor. A elas parece ter escrito Três filhas da mãe, pois assim se lê numa nota introdutória à obra: AVISO À LEITORA - Este pequeno livro não é um romance. É uma história real até os mínimos detalhes. Eu nada mudei, nem o retrato da mãe e das três jovens, nem sua idade, nem as circunstâncias. Se é autobiográfico, não se sabe dizer ao certo. Três filhas da mãe é um clássico que conta as aventuras sexuais de um jovem que se envolve simultaneamente com uma prostituta e suas filhas; nesse conturbado e apimentado relacionamento, Louÿs explora, entre outras facetas amorosas, o lesbianismo e o sexo interespécies. Ainda que alguns episódios, relatados pelas personagens femininas, se desenvolvam paralelamente à história principal, que se passa num quarto, tudo neles é sexo, não havendo quebra de tom na obra.