Iniciação ao Ceticismo objetiva destacar a importância do ceticismo para a contínua revitalização da investigação filosófica, porquanto ele representa um elemento purificador ao eliminar tanto a ingenuidade como a presunção presente no dogmatismo, que se caracteriza pela confiança exagerada na capacidade cognoscitiva da razão humana, a qual ainda não estaria enfraquecida pela dúvida cética. Esta, com efeito, pode referir-se tanto à possibilidade do conhecimento em geral, que afirma que o conhecimento é impossível, como a de um conhecimento específico, limitando-se somente a uma espécie de conhecimento. À vista disso, procura-se nessa obra alinhavar uma visão geral do ceticismo, levando-se em consideração suas variadas formas: o ceticismo radical, o ceticismo prático, o ceticismo filosófico, o ceticismo metódico, o ceticismo cristão, também chamado de fideísmo, entre outros. A atitude de suspeitar das alegações precipitadas dos filósofos dogmáticos e questionar suas teses é a marca distintiva do ceticismo, que, em vez de ser incompatível com a reflexão filosófica, constitui uma indispensável preparação para o seu correto exercício, porque ao penetrar o aguilhão da dúvida na consciência do filósofo, o estimula a buscar soluções filosóficas mais consistentes. E apesar do ceticismo ser acusado de incorrer em contradições, e ser rotulado como libertino, profano e irreligioso, ele é na verdade um elemento crucial para o desenvolvimento espiritual do indivíduo e da Humanidade.