As trajetórias das existências que o leitor encontrará neste romance são povoadas tanto pela simples cotidianidade quanto pela excentricidade, pelo erotismo, pelo trágico, pela especulação filosófica - amiúde revestidos de fina ironia. "Dispnéia", diferentemente de significar apenas "dificuldade de respiração", configura incondicionalmente a busca existencial, no que há de ordinário e extraordinário, não só no que ela sufoca e pode sufocar como também no que se pode trilhar, diante das mais diversas e inesperadas possibilidades de realização que se delineiam a cada instante. O banal e o extático, o riso e a dor, o orgânico e o caótico, passando ao largo de formarem compartimentos estanques, irrigam-se mutuamente, no regozijo do devir, em que se dão as mais radicais e arrebatadoras experiências. Para além da pura instância do compreensível e do previsível, sobrepõe-se, inesgotavelmente, a singularidade.