Depois de ter conquistado um público fiel nos Estados Unidos, Flores Brancas de Oleandro ganha versão em português pela Editora Globo, com tradução de Paulo Castanheda. A história centrada nas personagens Astrid e Ingrid foi inicialmente desenvolvida em forma de conto - sendo incluído no Best American Short Stories, em 1994 - para depois tomar fôlego e se transformar na versão definitiva que saiu no Brasil.Flores Brancas de Oleandro é centrado principalmente em Astrid, que faz uma narrativa sobre sua infância em várias famílias adotivas com quem é obrigada a viver - uma vida cruel, sofrida e impessoal. Por meio desses relatos, o leitor se vê diante de intolerâncias e preconceitos dissimulados por pessoas que se sentem ameaçadas com a chegada de Astrid - ora tratada como empregada doméstica, ora vista como sedutora de maridos.Além de fornecer uma idéia de como é a vida das crianças sem famílias, a narrativa descreve como Astrid lentamente descobre-se a si mesma, como encontra mecanismos para sobreviver entre desconhecidos que se dizem caridosos - mas não o são - e como se apega às artes para manter sua individualidade. Astrid é, visivelmente, influenciada pela figura marcante da mãe, Ingrid. Mulher deslumbrante que tem com os homens uma relação de absoluta independência, artista plástica e poeta, Ingrid força a filha a viver em lares diferentes no momento em que é presa pelo assassinato do namorado. A morte é provocada por envenamento, com o uso de uma flor altamente venenosa, de onde surge o título de Flores Brancas de Oleandro.