Irlan percorre obstinadamente uma hipótese, a de que o diferencial financeiro das formas de empresariamento, que suportam o futebol contemporâneo de espetáculo se dissolvem em espaços curtos de tempo, acarretando nos mesmos problemas apresentados pelas tradicionais associações voluntárias clubísticas sem fins lucrativos. A pergunta insistente é: esse debacle dos modelos de gerenciamento empresarial dos clubes não seria o coração que pulsa de um capitalismo maliciosamente provisório? “Fracassar” ininterruptamente não diz respeito à própria dinâmica e “evolução” desse tipo de capitalismo excludente? O processo teleológico que Irlan sugere como sendo necessariamente conflitual desvela modelos que se autofagocitam o tempo todo. Cada tentativa fracassada torna-se aprendizado para a seguinte, frustrando as expectativas e emoções por um futebol mais democrático.