A primeira vez que ouvi o título O Cavaleiro de Copas foi em 2016, quando Pedro me contou que havia escrito um livro. Até então, o conhecia somente como músico e compositor de músicas belíssimas e impactantes. De lá pra cá, o mundo virou de cabeça pra baixo: há uma pandemia lá fora, o Brasil está um caos politicamente, vivemos num estado constante de calamidade pública. Mas continua-se a ler e a escrever. Por quê? Ora, porque isso nos lembra que estamos vivos. Que a vida existe. Ainda que. Apesar de. E reencontrar este livro em 2021 foi um melodioso alívio. Pedro Santos não deixa de ser compositor sendo poeta, e não deixa de ser poeta sendo compositor. Há, no meio literário, uma briga teórica entre poesia e música, onde começa uma e termina a outra. Eu sou do time que concorda com o poeta mexicano Octavio Paz: Um quadro, uma escultura, uma dança são, à sua maneira, poemas. E essa maneira não é muito diferente do poema feito de palavras. A diversidade das artes não impede sua (...)