Alemanha, 25 de março de 1922. Olga Benario completava catorze anos. Judia, filha de um militante do Partido Social-Democrata alemão e de uma dona de casa conservadora, a estudante ensaiava sua iniciação política frequentando a célula juvenil do Partido Comunista Alemão, em Munique. A milhares de quilômetros dali, no Brasil, acontecia uma reunião clandestina em Niterói: era o princípio do que viria a ser o Partido Comunista Brasileiro, ao qual, vinte anos depois, Olga se juntaria. Combativa e corajosa, a jovem abraçou o ativismo político. Negando-se a entregar o namorado, acusado de traidor da pátria, ela foi presa em Berlim aos dezoito anos. Aos 22, destacava-se no manejo de armas, pilotagem de aviões e falsificação de documentos e, aos 26, foi condecorada com a medalha de membro do Presidium da Juventude Comunista Internacional. Sua trajetória ascendente chamou a atenção de Moscou e lhe rendeu uma convocação que marcaria seu destino de forma trágica. Escolhida para escoltar [...]