O livro desvenda a face mais atual de um denso processo histórico, o do desenvolvimento capitalista em escala mundial. Examina-se nele o jogo da plena "humanização" do capital e da plena "capitalização" do homem. No caso, trata-se de um tipo particular de homem, o executivo na sua figura contemporânea mais acabada, o integrante da grande empresa transnacional. Este passa a ser valorizado não mais como mero representante, porém como literalmente portador do capital, unindo em si as figuras, outrora incompatíveis, do "empresário" e do "trabalhador". Vê-se assim uma retomada, em insuspeitado registro, do tema da formação, só que agora na forma da aquisição de capacidades, destrezas, disposições úteis ao desenvolvimento do capitalismo na sua fase contemporânea. E - ponto decisivo na argumentação do autor - essa aquisição se faz mediante uma forma de investimento, o investimento em si próprio, que gera um produto singular: o capital humano. Temas centrais como o do capital humano e do empreendedorismo são aqui levados a sério e examinados na sua constituição e como valores sociais, com o respeito crítico que merecem como expressões reais da organização social contemporânea.