Encontros interditos, narrativas obscenas, sociabilidades fluidas, jogos sexuais proibidos e desejos periféricos se reúnem nesta coletânea que aborda, do ponto de vista antropológico, temáticas como pornografia, escatologia, prostituição, travestis e sociabilidades homoeróticas. Aqui nos deparamos com novas configurações, que têm, como cenário de produção cultural, diversas frações da indústria cultural do sexo, websites, lugares de sociabilidade e narrativas literárias. Além disso, encontramos um rol de novas "categorias" sexuais, algumas bastante surpreendentes, tais como: barebackers: os que se recusam a usar camisinha; sexy smokers: os que só gostam de transar fumando; abuso facial; t-lover: homens que gostam de travestis e transsexuais; comentários boylovers: pedófilos light, que não molestam as crianças, só as admiram de longe. Reunindo artigos de pesquisadores do Brasil, da Argentina e da Bolívia, esta coletânea é consolidada a partir de textos apresentados na Reunião Antropológica do Mercosul em 2007. A presença de temáticas diversas acerca de sociabilidades, gêneros e práticas sexuais transgressoras expressa a efervescência de um campo rico em análise na América Latina e a emergência de olhares críticos em relação à teoria e à prática etnográfica por parte de novos antropólogos. O livro explora como é possível produzir conhecimento das práticas sexuais/eróticas que desafiam os efeitos políticos da repugnância. Aborda ainda as maneiras como se constroem subjetividades e identidades coletivas a partir de práticas sexuais alternativas, identificando suas condições de produção, suas transformações e os discursos que os agentes utilizam para legitimá-las.