Este trabalho resulta da investigação efectuada ao longo de oito anos sobre a compreensão dos fenómenos a que apelidamos de "aprendizagem", "conhecimento" e "educação". Estes fenómenos, bem como a linguagem conceptual que utilizamos para os descrever e os compreender, são aqui abordados à luz dos princípios lógico-formais do movimento científico da "auto-organização". Recorre-se a algumas teorias de várias áreas científicas inseridas neste movimento para a compreensão dos fenómenos de aprendizagem e de conhecimento. Esta abordagem refere-se aos vários níveis dos organismos, desde as células aos sistemas (auto)observadores. Pretende-se compreender a continuidade e a descontinuidade existente entre os vários níveis de organização viva. Os fenómenos educativos são aqui considerados fenómenos que ocorrem por observação de fenómenos de aprendizagem. Assim sendo, fenómenos educativos dizem respeito aos organismos observadores, ou auto-observadores. Considera-se, por outro lado, que os actos observacionais não podem ser compreendidos sem serem integrados na produção da existência orgânica dos observadores, onde se incluem as suas crenças, as suas emoções e os seus sentimentos, além da actividade noética. Na parte terminal deste trabalho aborda-se a linguagem humana como ferramenta comunicacional entre sistemas (auto)observadores. Defende-se a possibilidade de flexibilizar e de transformar padrões linguístico-comportamentais pelo pronunciamento enactivo de metáforas. Na mesma linha de raciocínio, avança-se com breves propostas de alteração das perspectivas de aprendizagem-educação no âmbito escolar, na educação permanente e comunitária de adultos, e no domínio formal das explicações científicas. Apresenta-se também um glossário com cerca de cento e cinquenta vocábulos. CLARA COSTA OLIVEIRA é licenciada em Filosofia e mestre em Epistemologia e Filosofia do Conhecimento pela Universidade Católica. É professora auxiliar de Pedagogia no Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho