Uma casa aconchegante numa tranqüila comunidade mórmon, pai, mãe, três filhas saudáveis e um bebê a caminho. A vida parecia perfeita até aquele dia ensolarado de novembro no qual Scott Early estacionou seu carro na entrada da propriedade da família Swan, caminhou até o quintal e, com uma foice, cortou a garganta de Becky e Ruthie, que brincavam de esconde-esconde com a irmã mais velha, Veronica. A partir daquele momento, a vida da família nunca mais seria a mesma. Insegurança, revolta, desconsolo, mágoa. A quem culpar quando o agressor age inconscientemente devido a uma doença? Como manter todas as convicções religiosas em que sempre confiaram depois que a vida de duas crianças inocentes é ceifada com tamanha brutalidade? Para os pais fica a incerteza: poderiam eles ter evitado que o pior acontecesse? Para Veronica, a irmã de 13 anos, resta a culpa por ter sobrevivido. O desafio agora é seguir adiante. E se a justiça divina já lhes parecia algo inatingível após a morte das crianças, a justiça dos homens os surpreende ainda mais: Scott Early logo volta ao convívio social. Para a inconformada Veronica, é impossível continuar vivendo carregando o peso de nada ter feito pelas irmãs que tanto amava. Ela então decide fazer o impensável: quatro anos depois do dia que mudou sua vida, vai atrás de Early. É decisão tomada e sem retorno, a única maneira de se livrar da dor que a dilacera... e talvez de entender o real significado da compaixão. Com uma rara elegância e sensibilidade, Jacquelyn Mitchard mais uma vez mostra sua maestria em relatar as complexas emoções humanas, esmiuçando os conflitos e comportamentos muitas vezes inesperados que dão sentido à vida. Uma surpreendente história sobre a dor da perda e os caminhos tortuosos que cada um tem de percorrer solitariamente para superá-la.