A investigação realizada tem perfil multidisciplinar, articulando autoras, autores e instrumentais teórico-metodológicos das áreas do Direito, da Sociologia, da Teoria Política, da Geografia e do Urbanismo, e traz importantes pilares na formação teórica e metodológica da autora, que contribui com a pesquisa acadêmica no Brasil com um trabalho relevante e sofisticado. Portanto, apresenta-se como fonte de conhecimento acessível para uma visão crítica do direito a obra Vila Autódromo na disputa: entre a colonização do urbano e o direito à moradia, além de oferecer um importante arejamento de ideias para estudo e militância comprometidos com uma abordagem emancipatória do direito. Enzo Bello. Este livro joga luzes para uma leitura mais atenta dos processos de resistência ao compreender a luta de parte dos moradores da Vila Autódromo como uma experiência descolonial. Uma luta de pessoas subalternizadas pela lógica capitalista, jogadas na fronteira entre o lícito e o ilícito e, ao mesmo tempo, desobedientes e inconformadas com a própria lógica que os joga cotidianamente nesse não-lugar. No caso da Vila Autódromo, não se tratou apenas de não querer sair, mas de resistir a um modelo impositivo, excludente e opressor que se impõe às cidades e aos seres humanos que nelas habitam, com características marcadamente coloniais, em que o estigma e a desumanização são as principais estratégias para a dominação e o silenciamento. Fernanda Frizzo Bragato.