Os esboços que se vão ler são frutos da minha horta, de cultivo modesto. Procuramos trazer temas inéditos; mas, se repetimos qualquer deles, foi porque supomos que não foram tratados com suficiência, ou porque ocupam aqui lugar mais próprio. Todos têm, porém, moldura paranaense. Explicitando: a identidade paranaense ainda representa uma inquietação de gosto bem nativo. A rua XV permanece sendo a passarela do orgulho curitibano. Está nos primeiros traços da vila e continua a servir de guia-matriz para todos os projetos de urbanização da cidade. Este livro reúne cenas e personagens da história paranaense. Entre outros, os que, a nosso ver, representam momentos expoentes de nossa trajetória histórica. Tentamos contribuir para compor o debuxo de nossa identidade e apontamos as variantes que estão à origem de Curitiba. Quisemos resgatar Rocha Pombo do esquecimento e do maltrato da intelligentsia nativa. Os crimes explicam as sociedades, porque estão à raiz mesmo das menores delas. Penso que o padre Pinto se deixou envolver por uma disputa política que não era dele; mas ele a pessoalizou. Bento tinha um destino grande, num contexto pequeno, daí porque não se completou. O Norte do Paraná foi nosso Eldorado, e o café o ouro à flor da terra. Por fim, nossa história conta apenas o que já sabemos; precisamos voltar a fazê-la em casa e incluir o que sucedeu depois. Não tiramos conclusões, fizemos sugestões, para que se multipliquem as soluções. RUI CAVALLIN PINTO