O poeta inspira-se no que escuta, com os olhos e com os ouvidos, e que soa em seu íntimo e entra em ressonância com o seu redor, produzindo o poema, que é o fruto dessa interação. A palavra do poeta de Festina Lente, portanto, não é senão a expressão de seu enlevo, alegria, amor e agradecimento, diluída nas quatro seções do livro que ele compara aos quatro pontos cardeais. Festina Lente é uma obra lapidada com delicadeza e finura, e Eduardo é um poeta que retribui o dom da escuta em cada verso, não se amargurando com a passagem dos dias, ao contrário, maturando–se, dando à sua poesia uma característica bem distinta das demais: inquebrantável ante à inexorabilidade do tempo.