O estudo que ora se apresenta busca discutir, em um primeiro momento, o papel do Estado como sinônimo de poder político e o exercício deste poder centrado no princípio da representatividade; o significado do sufrágio, dos sistemas eleitorais e do regime político nesse mesmo processo; a relação entre a democracia representativa e os direitos políticos, evidenciando o papel dos partidos políticos e do procedimento eleitoral como processos eleitorais que oportunizam a legitimação do Estado Democrático de Direito; o direito eleitoral e o sistema eleitoral brasileiro, com enfoque na influência das normas legalmente constituídas no financiamento das campanhas eleitorais. Ato contínuo, e em segundo exame, o estudo volta-se à evolução pormenorizada das normas que regeram o financiamento das campanhas eleitorais no Brasil desde as eleições gerais de 1994 até as eleições de 2010. Busca-se, nesse exame, avaliar a evolução das normas que disciplinaram a realização e o pagamento das despesas de campanha eleitoral e o tratamento legislativo dado às dívidas e às sobras de campanha. Examinam-se os procedimentos de constituição, registro de comitês financeiros e obrigatoriedade de abertura de contas bancárias para o registro integral da movimentação financeira dos recursos arrecadados e aplicados; a evolução da responsabilidade pela administração financeira de campanha e pelas informações posteriormente prestadas à Justiça Eleitoral. Na mesma senda, percorre-se a evolução normativa do disciplinamento conferido à arrecadação de recursos: seus períodos inicial e final, limites de doação a serem observados e vedações ao seu recebimento. No que tange à aplicação de recursos, avalia-se o regramento dos gastos eleitorais, dos gastos pessoais e dos limites a eles estabelecidos, concluindo o exame de evolução das normas que regeram o financiamento das campanhas eleitorais no período examinado com o estudo dos denominados Bônus e Recibos Eleitorais e do suporte documental da arrecadação e aplicação de recursos. Ao final, na esteira da reflexão anterior, o último capítulo busca delinear a evolução normativa do financiamento das campanhas eleitorais sob o enfoque de sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, afim de delimitar os mecanismos de controle instituídos para o exame de regularidade das contas prestadas e sua eficácia perante candidatos e partidos políticos no período sob exame. Com vistas a delimitar as consequências da desaprovação das contas, detém-se o estudo sobre o disciplinamento das infrações às normas que regem a administração financeira das campanhas no período e os crimes eleitorais. Por último reflete o estudo sobre o financiamento público de campanha - como instrumento passível de adoção nos próximos pleitos.