Em um país exaurido por modelos de beleza que deixam em seu rastro um deserto de ideias e sentimentos, eis que o escritor Dau Bastos, em seu quinto romance, tira de sua cartola uma personagem endiabrada, de uma autenticidade ímpar, que brilha pelo oposto – e daí extrai sua força e originalidade. Nossa feia heroína se autoproclama mocreia, bagulho, jabureia, troncha... Representa, assim, por força de seu desespero – mas também pela poesia e beleza inerentes à sua agonia –, um surpreendente achado literário.