Passado mais de um século da morte de Machado de Assis (1908), podemos dizer que toda a população alfabetizada do país (ao menos os que são capazes de ler livros) é leitora potencial do grande escritor. Então: para quem Machado de Assis escrevia, e quem seriam de fato seus leitores? A pesquisa levada a cabo por Hélio de Seixas Guimarães e cujos resultados estão neste volume enfrenta essas questões. Trata-se do mais completo trabalho já realizado no Brasil, por conta de buscar as respostas àquelas perguntas, sem embargo de outras pesquisas, de menor porte, de diferentes autores, terem também procurado as mesmas respostas. Esse combate implica que o texto machadiano exige a formação de um novo leitor, capaz de permanente vigilância e inteligência, capaz de decifrar a expressão astuta da ironia e das entrelinhas, e, portanto, capaz de colaborar no modo de produção de sentido. Este trabalho de Hélio de Seixas Guimarães é uma contribuição decisiva para que o leitor atual de Machado de Assis possa saber o que os contemporâneos do escritor faziam com seus escritos. Para o mal e para o bem. Os grandes e originais trabalhos de pesquisa de fontes alteram o patamar de conhecimento e compreensão da melhor literatura. É o caso do volume que o leitor tem em mãos.