Um romance fragmentado em nove contos revela a agonia e a alegria dos mexicanos que vivem imprensados na fronteira entre México e Estados Unidos, ou que tentam atravessá-la. Só mesmo Carlos Fuentes, autor de renome na literatura latino-americana e crítico audaz da política mexicana, escreveria A fronteira de cristal, ficção com alto teor de realidade, que faz um retrato pungente da divisão dos mundos: o primeiro e o terceiro, a opulência e a miséria. A fronteira de cristal do título alinhava breves histórias sobre um mesmo poderoso clã mexicano, liderado por Leonardo Barroso, sujeito sem muito escrúpulo que joga nos dois lados da fronteira, tornando-se um dos empresários mais ricos de seu país. Amores, decepções, ambições desmedidas: tudo gira em torno de Leonardo, símbolo do poder, algoz e vítima das concessões que faz para manter negócios em alta. Ali, no tênue limite entre México e Estados Unidos, é Leonardo Barroso quem dita as leis.